segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A MÍDIA: UM, ENTRE TANTOS, CASO DE PROMOÇÃO DO PROVINCIANISMO

Coluna do Carlos Josias: Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio 100mil. www.facebook.com/cjosias.oliveira







Já escrevi exaustivamente que a Grenalização nasceu, cresceu, se formou, e obteve Mestrado e Doutorado pela mídia. Desde a década de 60 que acompanho futebol e tenho testemunhado isto. Desde os tempos da invenção da tal ´gangorra` que ensejava secação furiosa no adversário porque seu afundamento provocaria a nossa emersão. A disputa feroz por audiência originou programações de debates intensos e estocadas provocativas que geram chamadas para o enfrentamento. Isto todos já conhecem e estamos fartos de saber, tanto quanto, à saciedade, nos deparamos com quem aponte para torcida responsabilidade por uma Grenalização que ela não criou.

Pois o caso que conta é prova disto.

Um Gremista extraordinário, de bondoso e humanitário coração, cada vez mais raro no ser humano, reuniu um grupo e com ele fundou uma organização cujo objetivo é conceder desejos a crianças Gremistas, pequenos torcedores do clube em estado de enfermidade, em grande parte deles com doenças graves de pouca esperança de vida, vinculados ao clube que amam. Objetivo seria levar um carinho que pudesse ser recepcionado com grande alegria capaz de revigorar a fé na vida. O grupo tem sido sucesso estupendo de cumprimento da missão. Por ele jogadores e dirigentes ou ex-dirigentes, entre outros torcedores e simpatizantes do clube, servem de voluntários para levarem mimos a meninos e meninas, como camisas do clube, bola e outros ´souvenirs` que lhes deixem os olhos brilhando, o coração palpitante e a alma flertando com a recuperação. Alguns passaram desta vida, outros ficaram, mas o certo que a tarefa deste grupo recebeu recompensa impagável, as crianças explodindo de alegria e contentamento e uma legião de pais, mães e dedicados funcionários dos estabelecimentos hospitalares e afins.

Pois em meio a isto alguns jornalistas voluntários de Gigante do Jornalismo Gaúcho se prestam a servir de voluntários. Tudo como sempre, emoção, alegria, esperança, fé, admiração ... vida.

Promessa, partida dos voluntários: vamos fazer uma matéria no Jornal.

Não que o movimento precise de publicidade porque já recebe mais do que suficiente para o fim que se destina, o sorriso dos pequeninos, e também porque as redes sociais divulgam o trabalho com largo alcance e também que se registre isto precisamente, a divulgação não dá conta de quem promove por trás das fotos e organiza tudo: apenas as ações - e os que dela participam - é que são veiculadas.

O tempo passou e a matéria não saiu. Muito tempo depois um dos organizadores contatou com um jornalista e indagou:

- E ai ? a matéria aquela com as crianças foi publicada ?

Resposta:

- Bah cara, não; houve uma reunião na redação e concluiu-se por não publicar já que lá no Internacional não tem um grupo semelhante ....


Por estas e outras é que me espanta e me revolta quando de cuecas rasgadas alguns sobem em cima da mesa com dedo em riste para lecionar moral e bons costumes.

Provincianismo é isto.

Amadorismo Provinciano.

Grenalização barata e desumana.

Estão fora da casinha.


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