quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Contra a correnteza, mas há luz ! Que não seja um trem em sentido oposto.

 

Coluna do Carlos Josias: Diretor Jurídico do Grêmio 93/98, Conselheiro 94/2010 e Vice-Presidente 2005/07. Josias @cajosias é colunista do Grêmio 100mil  www.facebook.com/cjosias.oliveira








                              

As grandes conquistas do Grêmio foram fundadas em alguns conceitos básicos.

Mesclar experiência de fora - jogadores mais velhos e vividos - com jovens da base e algumas apostas.

Isto foi feito largamente na década de 90, época em que quem saía atrás do atleta, descobria e trazia, era o VP. O mesmo, por sinal, que segurava a barra no vestiário e matava a imprensa no peito. Foi assim que se montou time com Danrlei, C Miguel ( base ), Dinho, Goiano, Rivarola (experiência), Arce, Paulo Nunes e Jardel (apostas). Em 83 não foi diferente. Só isto ? Não, havia uma outra mágica no absurdo: continuidade.

Ah, sim ... e nesta mescla se enquadrava a Comissão técnica, cujo trabalho tinha que virar o ano, e mais ainda, Dirigência - vestiário - que seguia em frente.

Não foi por sorte que os títulos vieram, futebol precisa de um pouco dela, sorte, mas só ela não resolve, e sorte, na minha modesta opinião atende por outros nomes: competência e talento.

O Grêmio perdeu esta característica. Luxa num só ano mudou a fotografia do time duas ( 2 ) vezes. Não dá para ganhar nada deste jeito. A dirigência, mudou toda.

O que me preocupa este ano ? Qual a nossa base ? M Grohe, e quem mais ? Fica por ai, porque Bressan não será titular ( e nem pode ) e, bem, fica por ai mesmo. Logo, não temos base, na base do time. Apostas ? Temos bastante, e apostas em exagero é perigoso, mas enfim, temos Riveros, Máxi Rodrigues, Geromel. Experiência ? Elano se foi, e era uma experiência do tipo passada .... ZR parece que chegou ao seu limite. Barcos e Kléber não convenceram, em que pese eu ainda esperar, do primeiro, muito mais do que o segundo pode me inspirar em esperança. Mas está capenga esta rubrica. Rodolfo, ah, este sim, este sim. Edinho .... este acho bem provável. Mesmo com a marca que carrega penso que pode dar outro ânimo ali, e tem liderança, com a de Rodolfo atrás ... pode dar letra de AC/DC. Nos falta este futebol rock and roll que tanto reclamo.

Ah, a dirigência está tendo continuidade ... embora a meu juízo o VP teria que mudar, mas enfim, vamos torcer e vai para mais um ano. Que seja iluminado porque seu ano de aprendizado já esgotou a paciência, vai ter que melhorar muito, e não é só a linguagem.... lamentavelmente. Se ganhar, fica tudo esquecido e haverá desabafos, dedos no tubo .... ou recolhimento modesto em demonstração de grandeza ... a mim desimportam as reações, o que me importa é taça no armário que tá vazio.

A comissão técnica mudou.

O Grêmio vem, não é de hoje, nadando contra a correnteza. Vai para o lado contrário da mão de direção das conquistas. E passam os anos .... um após o outro e o resultado que se obtém no final dos 365 dias ? O natural para quem não reúne os requisitos mínimos para almejar levantar taças: nada, salvo alguma regularidade elogiável, estar invariavelmente perto dos melhores do país, ingressar sempre na zona de LA, e algumas outras interessantes colocações em rankings que não deixam de nos orgulhar e servem como escudos defensivos contra o inimigo. Mas volta olímpica ? Não.

Este ano começa como tem iniciado todos os últimos 12. Sem a mescla ideal, sem continuidade .... Mas, quem sabe.

Pois é amigos, quem sabe. Do futebol tudo se espera, é um esporte que se nada, às vezes, contra a correnteza, e se chega.

Seguimos contra a correnteza, no geral, mas se acende uma luz. Que não seja um trem no sentido oposto. Enderson, te vira nos 30.

Abs.
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