Tivesse Roger resolvido aquele probleminha crônico da bola aérea,
certamente o time já estaria pelo menos uns seis pontos na frente do 2º
colocado neste campeonato brasileiro. Isso, mesmo jogando um suposto
"futebolzinho" de toque-toque, de lá pra cá, que para alguns xaropes,
é apenas um futebol improdutivo e chato. Sim, por justiça é melhor começarmos
pelo principal defeito da equipe montada pelo Roger, afinal temos realmente um
defeito contundente e já detectado de bola aérea. Vamos assumir que não é fácil
ver o time fazer boas partidas e mesmo assim amargar derrotas idiotas quase
sempre consumadas por bolas totalmente despretensiosas, mas que quando alçadas,
quase que por teimosia, costuma achar seu destino, a praga do gol. Mas começo
pelo defeito, porque são tantas as virtudes do time de Roger, que precisaríamos
realmente enumerá-las, mas tá valendo, principalmente para aquele torcedor mais
cri-cri; chato e corneteiro; aquele que consegue enxergar somente as coisas
negativas do time e também claro, para aquele torcedor já calejado, que de
tanto esperar o tal título, cansara de "realmente querer avaliar e
discernir", vejo poucos destes reais honestos.
Outro dia, terminado aquele "vexame" de Sport 4 x 2 Grêmio,
o jornalista Juca Kfouri fraseou uma coisa intrigante. Dizia ele: "Dá
gosto ver o Grêmio. Até quando perde". Para o gremista mais raivoso,
objetivo e simplista, a resenha poderia cair apenas como uma simples tese de
algum corinthiano feliz pela derrota de um suposto adversário direto
"deles" na disputa do G4. Mas não, claro que não, Juca na verdade
espremeu e tirou um caldo interessante. Sua síntese do jogo, além da bola
aérea, foi a falta de aproveitamento gremista. Com isso, entrou no segundo
ponto fraco da equipe de Roger, ou seja, um time que cria muito, porém perde
muitas oportunidades também, O arremate gremista é quase uma simbiose de temor
com preciosismo, fazendo muitas vezes parecer até que o atacante tenha sido
displicente. Juca fora cirúrgico na opinião. O Grêmio quando perde, perde ainda
assim jogando o seu bom futebol, e perde justamente quando naquele específico
jogo acentuam-se os seus dois defeitos principais. Corrigíveis.
Penso como gremista, que devemos enaltecer e muito o trabalho do
Roger, falei aqui que iria enumerar as qualidades do seu time, mas nem vou, são
tão óbvias as virtudes que vou simplesmente sintetizar toda aquela enumeração
prometida, apenas nas entradas de Bolaños, Iago e Negueba, no último jogo. Ora,
nenhum deles sentiu pressão e quem conhece um mínimo de futebol sabe que isso
acontece basicamente quando o estreante encontra uma equipe madura, bem
treinada, confiante e consistente. Substituir Marcelo Oliveira, Giuliano e Luan
num só jogo não é pouca coisa. Para ponderar um pouco eu poderia lembrar que
realmente não sei se tivéssemos pegado um adversário menos destroçado,
conseguiríamos tamanha performance, mas não posso, pois pegamos o São Paulo e
para quem possa desconhecer esse mesmo São Paulo ainda não tinha perdido para o
Grêmio na Arena. Isso para se ter uma ideia do grau de dificuldade que é
enfrentá-los.
Por fim, poderia dizer sem medo de errar que quase todo mundo no time
do Grêmio evoluiu em relação a si mesmo na era Roger.
Saudações tricolores
Edu Carlos Feijó
Gremista