Para começar bem, falando da
despedida discreta do nosso querido Tcheco, vamos começar com as palavras dele
para a nossa torcida:
Aline: Poderias deixar uma
mensagem para a torcida tricolor que tanto te admira e tem um carinho único por
ti?
Tcheco: Que foi um prazer
enorme defender essas cores lindas. Nada é por acaso quando nós fazemos as
coisas por amor, e que a torcida nunca perca a sua essência, que é a coisa mais
linda.
Há um momento na vida de todos
em que os limites começam a ficarem mais difíceis de serem superados. Onde a
cabeça já não consegue superar as dores físicas, e sabemos que a hora de parar
chegou. A maioria imagina esse final de um jeito dramático e cheio de pompa.
Mas aqueles que sabem que fizeram seu melhor valorizaram seu trabalho e todos
aqueles que o rodeavam não precisam de nada disso. Eles sabem que o “adeus”
será doloroso e não precisam de mais provas de que valeu a pena. Para mim
existem dois tipos de vencedores: os que empilham taças, medalhas, condecorações...
E os que passam muitas vezes discretos, silenciosos, mas cativam corações,
trabalham duro e tem seu valor reconhecido. Muitas vezes não com títulos e
medalhas, mas com o carinho dos que conhecem seu trabalho. Tcheco ganhou
títulos, medalhas em clubes pelos quais passou, mas no Grêmio ele foi o segundo
tipo de vencedor. Ele empilhou, mas não taças e sim corações. Milhares de
corações tricolores que se renderam ao homem que jogava com raça, que
acreditava até o fim, e que chorou por mais de uma vez com uma nação.
Muitos criticam elegermos como
ídolos jogadores de futebol pela sua profissão. E sabem meus caros, eu
concordo. Um jogador de futebol não pode ser ídolo só ter feito um gol na
final, ou no mata-mata. Isso é critério seletivo, ídolo mesmo tem que fazer a
diferença no social. Tem que ter amor ao próximo e fazer a diferença fora do
gramado. Por isso que eu tenho muito orgulho de poder dizer que um dos meus
ídolos é Anderson Simas Luciano, ou carinhosamente: Tcheco. Que acima de tudo
soube ser humilde, atender as pessoas que o valorizavam e muitas vezes estender
a mão até a quem o criticava.
Não gosto de despedidas
longas, ou chorosas. Gosto mesmo é de objetividade, dinamismo. Por isso quero
apenas dizer, em nome de milhares de gremistas: “Até sempre capitão”, nós
agradecemos por nos lembrar como é ter sangue tricolor dentro de campo. De nos
fazer acreditar que com vontade, tudo é possível. E que acreditar sempre e
trabalhar para o sucesso é mais que clichê. Nós te esperamos de braços e
corações abertos na tua casa: o Olímpico Monumental, e no futuro próximo na
nossa Arena, onde é lugar de lutadores de verdade.
Encerro usando uma frase de Antoine
de Saint-Exupéry: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Jamais percas o “jeito Tcheco de ser”, afinal mais importante do que ser um
grande ídolo é ser um grande ser humano. Boa sorte na nova jornada, estamos
torcendo por você!
PARTE FINAL DA ENTREVISTA:
Sobre o encerramento da
carreira como jogador profissional de futebol, Tcheco fala ao Grêmio 100 mil
sócios. Gostaríamos de expressar publicamente nosso agradecimento por nos
conceder a entrevista, e voltando a ressaltar que fez isso com muita gentileza,
educação e presteza. Não poderíamos esperar nada menos que uma grande pessoa
como Tcheco.
Aline: Está sendo anunciada
sua aposentadoria pela mídia. A torcida gremista gostaria de saber se está
prevista alguma despedida com a camisa do Grêmio, antes da demolição do
Olímpico?
Tcheco: Infelizmente não
vou fazer nenhuma festa de despedida, nem no Grêmio, nem no Coritiba, o
calendário está muito cheio, mas seria um sonho.
Aline: Qual o principal motivo
da aposentadoria?
Tcheco: Acabei anunciando
minha aposentadoria, porque realmente as dores do corpo estão vencendo meu
limite prá suportar as dores.
Aline: Tcheco, já pensou em poder
jogar a partida de inauguração da Arena? Se pudesses escolher entre o jogo de
despedida no Olímpico e a estreia da Arena, qual seria?
Tcheco: Bom a de
inauguração não, mas já me imaginei se estivesse no Grêmio, como seria, e
certamente se tivesse um jogo de despedida eu preferia fazer no Olímpico. Mas
tenho certeza que o Olímpico vai deixar muitas saudades, e muitos assim como eu
vão se comover quando o Olímpico vier abaixo, ainda esse ano vou em algum jogo
no 2 semestre, só pra me despedir do Olímpico.
Aline: A pergunta que não quer
calar: Qual é seu time do coração?
Tcheco: Meu filho sempre
pergunta isso, e não vou titubear não, eu criei um vinculo muito grande com o
Grêmio, uma afinidade sem tamanho, mas tenho meu carinho pelo Coritiba também.
Aline: Depois da
aposentadoria, você frequentaria os jogos no Olímpico e/ou Arena?
Tcheco: Se eu frequentaria
não, eu vou com certeza nos jogos importantes, jogos bons, certamente irei.
Aline: Se por ventura, nosso
co-irmão o convidasse para algum cargo na comissão técnica, você aceitaria?
Tcheco: Não, por respeito
a torcida do Grêmio e a torcida do Inter, pelo meu gremismo.
Aline: Você voltaria ao Grêmio
para integrar a direção ou comissão técnica?
Tcheco: Hoje em dia eu
penso em me preparar pra assumir um cargo importante no futebol, o Coritiba me
fez um convite e eu estou pensando ainda como será, mas lógico que voltar pro
Grêmio e qualquer circunstância seria maravilhoso, mas prefiro me preparar.
Aline: Se você pudesse voltar
atrás na sua carreira, teria feito algo diferente?
Tcheco: Não, a única coisa que eu pediria a
DEUS, era ir mais cedo pro Grêmio, já disse isso uma vez.
@alineremus Aline Remus gremista desde sempre.