Entre pitacos eleitoreiros e picadinhos estatuários o
Grêmio vai avançando no Brasileirão e fez uma estreia - para o quadro
tempo/clima - bem aceitável na Sul-americana, uma copa que vale pouco no
contexto do que já se conquistou, mas que devido ao jejum não se pode desprezar
e passa a valer até muito. Entre entradas e saídas de Koff na disputa e ou de
Odone para se reeleger, André Lima cabeceou o décimo escanteio do Grêmio no
jogo em meio ao barro da área paranaense e nos colocou na disputa que talvez
seja a única passível de ser ganha, já que o Brasileirão dificilmente será
obtido e torcer pela vaga já faz parte da expectativa rotineira. Entre súplicas
de volta Presidente e pás de cimento na Arena, com nosso mestre de obras
encapacetado, Luxa vai dando uma cara boa ao time, Kleber cada vez mais
entrosado continua jogando muito e Elano, ah, Elano, parece ter chegado para
ser o toque diferencial pensante que há tanto se ausentou. Se não estou
enganado são 5 vitórias em 6 jogos o que, convenhamos, é um belo curriculum
talvez imbatível nos últimos dez anos considerando a grandeza das disputas. Se
o Estatuto não permite assim, uma comissão de advogados descobre o toque mágico
de se ver o absurdo no escuro e autoriza a se fazer assado, enquanto Gilberto
Silva vigoroso mostra como se joga na chuva, na fazenda, na rua ou numa casinha
de sapé. Zé Roberto, qualificado, sem dúvidas, inaugura uma forma excepcional
de se ganhar muito jogando-se menos. Ele joga muito, mas quando entra em campo,
e nem sempre pode entrar porque aos 38 anos dois jogos por semana mata o véio.
É um sim, outro não, mais ou menos como rodízio de carro em São Paulo. Mas nem
de longe dá para se queixar, melhor Zé jogando dia sim dia não do que uns que
outros que entram em todos, mas não jogam nunca. Como se definirão as eleições
nem Deus e o Diabo na Terra do Sol sabem, tampouco com que cor restará pintado
os retalhos do nosso Estatuto. Mas o que importa ? Se ganhar a Sul-americana
e ou se conquistar uma vaga no Brasileiro, nada ! E se não ganhar
? Bem ai até o brilho dos olhos do porteiro novo da ARENA no dia da inauguração
- a segurança é da OAS - vai tomar corneta. O futebol é assim. Gostemos ou não
! Agora, gostando ou não, algumas coisas são hilariantes e estas questões pré-eleição
no clube, as articulações - velhas e surradas - os mistérinhos, gritos e sussurros
pelos bastidores e as jogadinhas políticas de última hora daqui e dali há muito
revelam que o Grêmio tem enfrentado os anos com falta de maturidade. Isto,
gostem ou não por igual, tem sido decisivo para que há 11 anos fiquemos
desgostosos até com os olhos do porteiro ! É ou não é ?
@cajosias face C JOSIAS MENNA OLIVEIRA