O futebol é um esporte coletivo em todos os âmbitos. Começa na
política e termina no esquema tático. Ninguém consegue vencer sozinho no
futebol. Alguns ganham mais notoriedade, seja por liderarem equipes ou por
serem protagonistas dentro do campo. Mas todos, sem nenhuma exceção, precisaram
de grandes equipes para vencer.
Estamos vivendo atualmente um ambiente promíscuo no futebol.
Claramente, o marketing pessoal tem um valor maior do que o interesse em ver a
SUA equipe crescer. Quando se vence, sempre surge o PAI da vitória e quando se perde
o "filho desprotegido" normalmente tem outro PAI.
Nos últimos dias, vimos um tsunami de informações valorizando o
trabalho de formação dos jovens do Grêmio, citando uma dezena de novos talentos
"lapidados" por um novo modelo do clube. Sábado à noite, logo após o
jogo contra o Palmeiras, críticas pesadas recaíram sobre os nossos jovens
Thiago e Bressan, meninos que fazem parte do grupo do Grêmio, mas,
curiosamente, as críticas recaíram sobre outras pessoas. Achei estranho, já que
sempre vi o Grêmio como um só.
Estou nesse mundo há bastante tempo e informo aos menos avisados que o
Grêmio SEMPRE formou. Até nos piores momentos o Grêmio formou. Para dar um
exemplo, nos duros anos financeiros da Gestão Obino, o Grêmio revelou (formou)
Lucas, Anderson, Carlos Eduardo, Galatto e Marcelo Grohe.
O Grêmio é um clube estruturado, com mais de 100 anos. Tem
profissionais que estão lá há mais de 40 anos, anônimos, mas muito competentes
e que fazem o clube andar independente de quem está à frente dando entrevista.
Os dirigentes são importantes, é óbvio, mas nunca estarão acima da Instituição.
O Grêmio tem uma escolinha que conta com mais de 700 jovens meninos. Só desta
fonte, muitos craques já saíram. Ronaldinho, por exemplo, foi criado na
escolinha. O Grêmio é, e sempre foi, um clube formador. Utilizam-se os atletas
no profissional ou não, essa é outra conversa e podemos abordar em outro texto
se quiserem. Gosto deste assunto.
A vocês, dirigentes da nova safra, digo o seguinte: marketing pessoal
é bom, mas cuidado para não exagerar. A sua equipe lê e ouve também. E ninguém
ganha sozinho.