Hoje não quero falar de números, escalações e esquemas táticos, como faço em todos os jogos, pois este foi um jogo diferente. Parecia que iria ser apenas mais uma final, uma simples decisão de turno no Estadual. O estádio não estava lotado, o time era titular, mas o Grêmio deu à partida proporções gigantes e mais que um simples jogo, tornou-se mais um exemplo de imortalidade do Tricolor Gaúcho.
A confiança tomava conta dos gremistas. Mas então chegou o Caxias, com sua polenta e seu vinho vindos da Serra e acabaram com a nossa alegria. Aos 19’ , Itaqui abriu o placar para o time grená. Sim, o mesmo Itaqui que jogou no Grêmio há alguns anos atrás. Aos 39’ Gerley ampliou.
O Grêmio estava levando 2 a 0 do Caxias dentro do Estádio Olímpico. E não foram por acaso, o Caxias pressionou, envolveu o adversário e fez por merecer. Mas quem também fez por merecer foi Willian Magrão, que entrou no lugar de Lúcio, e antes da primeira etapa acabar, aos 43’ , descontou para o Tricolor.
O gol no finalzinho foi a energia que impulsionou o Grêmio para voltar melhor no segundo tempo. Apesar da derrota, o Tricolor não desistia e a torcida, no estádio e em todo mundo, também não. Aquela iria ser uma noite especial.
O time estava melhor, marcamos dois gols, ambos impedidos e a bola insistia em bater na trave. O gol parecia ser questão de tempo, a torcida apoiava, acreditava, mas os minutos foram se passando e a bola não entrava. A “cera” feita pelos jogadores caxienses também não ajudou e devido a isso, o jogo acabou tendo 6 minutos de acréscimo. Na verdade, foram 8, já que o goleiro Sangalli se machucou.
Coração acelerado, mãos tremulas e aquela sem-explicação de não desistir de ser campeão. Era eu, juntamente com os milhares de gremistas espalhados pelo mundo. O jogo estava no fim, o gol insistia em não sair e como numa teimosia eu não aceitava acabar a partida sem ver o Grêmio vencer.
Então aos 50 minutos, Rafael Marques fez o gol da igualdade. Os gremistas foram a loucura e muito teste cardíaco perdeu feio para esse momento. Fim de jogo e a decisão foi para as penalidades máximas. André Lima chorava, e confesso, chorei junto. E de ambos os lados dois grandes pegadores de pênaltis.
Borges fez o primeiro. Victor, estrela gremista defendeu o chute caxiense. Douglas fez o segundo e novamente ele, Victor, nome da partida, defendeu outra cobrança. Rochemback concluiu, Everton descontou. A cobrança do titulo, dos 4 a 1, veio dos pés daquele que não era nem confirmado no jogo: Lúcio completou a nossa alegria.
Não ia ser apenas mais um jogo. E não foi. Erguer a Taça Piratini ao final de tudo foi tão pouco perto de tudo aconteceu. Não começamos bem, mas o que fica desse jogo é mais uma comprovação de porque nosso segundo nome é IMORTALIDADE.
Por Alessandra Formagini
Texto de http://ale-gremista.blogspot.com/