segunda-feira, 3 de outubro de 2011

PANIS ET CIRCENSES – quando a morte importa menos do que para quem a vítima trabalhava. A banalização da notícia

A ARENA. Nunca houve tanta preocupação da mídia com uma construção como está havendo com a da ARENA. É interessante, quem assumiu o compromisso de aprontar o estádio para a CM foi o I não o G. Então porque tanta preocupação com nosso Estádio? Aliás, antes da CM tem a das Confederações. Por que não vão cuidar com o BANANÁPIO (apelido que o RS deu ao cara, não eu ... ) como anda a evolução de tal construção ? Tudo na ARENA é noticia. Sim, a parte ruim. Se o funcionário está mal instalado, lá vai o carinha correndo para contar: olha o funcionário está dormindo mal, comendo mal, trabalhando mal. Tem centenas de construções no Estado e há anos, décadas que as condições de trabalho não são dignas de medalha de ouro. Ou alguém acha que o BR foi erguido pelo Tedesco sozinho? Nem o Ministério Público Federal fiscaliza tanto as obras quanto alguns de plantão metem o olho na ARENA. O que seria isto ? A tragédia do CASO DMAE mereceu meia dúzia de linhas e não vi mais ninguém de olho por lá. Mas na ARENA todo o santo dia tem um bom samaritano de ocasião se oferecendo como anjo da guarda dos oprimidos. Tem gente que reclama de racismo quando se fala do macaco, símbolo do rival, e faz piada com a tragédia. Mas é bom porque se destapa a cara deslavada dos que se travestem de defensores da dita minoria. Gente hipócrita. Milhares de operários morrem na construção civil todos os anos. Mas claro, os angelicais defensores dos humildes focam na ARENA e tudo que se passa por lá. Santos protetores da estupidez oportunista. O Brasil tem mais vítimas de acidentes de trânsito por ano do que a Guerra do Vietnam foi capaz de fabricar. Os acidentes de trânsito, entretanto, só aparecem nas páginas do noticiário em feriados. É mais importante o local da morte, e para quem o operário estava prestando serviço, do que a tragédia de ter uma vida ceifada. O fato, a notícia é morte, não sua versão ou justificativa. Ao longo dos anos quantos funcionários do co-irmão se acidentaram ou até morreram atravessando a Beira Rio, a Padre Cacique ou a Praia de Belas ? O episódio com a menina de SC molestada na casa de um alto diretor de uma rede de TV só ganhou noticiário breve e na RECORD. Não importa, a ARENA é a bola da vez. A notícia não está nas páginas policiais, está na de Esportes. O episódio, agora vale mais porque o infeliz trabalhava na ARENA, a morte virou questão secundária, é a BANALIZAÇÃO DA NOTICIA. Pão e circo, e segue o baile. PANIS ET CIRCENSES.

O artigo completo vocês podem encontrar nas colunas do Carlos Josias nos blogs: Blog dos Imortais e no blog 2 toques da ulbra tv

@cajosias Carlos Josias
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