segunda-feira, 23 de abril de 2012

MAKTUB

Imagem editada. Fonte: tchecoeternocapitao.blogspot.com.br
Anderson Simas Luciano, mais conhecido como Tcheco, nasceu em Curitiba-PR aos 11 de abril de 1976 (aliás, abril é um mês de gente boa não é?!). Piadas a parte, se eu não começasse esse texto com bom humor, seria difícil estar falando do brincalhão Tcheco. Reza a lenda que Tcheco nasceu destinado a ser grande. Como Hércules, parece que Tcheco almejava a imortalidade e para tanto seu destino era o sul do país. A profecia começou a se cumprir cedo, quando graças a vizinha gaúcha o até então Anderson incorpora o “tchê” e passa a ser chamado de Tcheco.

Sua jornada futebolística tem início no Paraná Clube em 1994, mas sua estréia só aconteceria dois anos depois, foi campeão paranaense em 1997. Entretanto as forças do universo conspiravam para que ele cumprisse sua saga e em 1998 Tcheco vem ao Rio Grande do Sul, mas para jogar pelo Esportivo. Sim, ele jogaria na serra gaúcha, mas ainda não entendiam que deveria ser a pré-temporada. Assim Tcheco retorna ao futebol paranaense, volta para o Paraná onde ingenuamente não o aproveitaram mandado-o como empréstimo ao Malutrom-PR. Lá foi peça fundamental para que a equipe subisse ao equivalente a série C do brasileirão na Copa João Avelange. Em 2002 Tcheco é contratado pelo Coritiba onde foi campeão estadual em 2003. No mesmo ano vai ao futebol Árabe, para empilhar uma série de taças pelo Al Ittihad. Tcheco volta em meio a polêmica entre Santos e São Paulo na disputa pelo jogador. O primeiro levou vantagem, mas Tcheco em meio a lesões não teve uma boa passagem pelo time e volta para o futebol Árabe.
"uma vez que joguei contra o Grêmio pelo Paraná Clube, eu me perguntava se um dia eu iria chegar num time como esse, consegui e foi lindo.”
Demorou, mas finalmente Tcheco é contratado pelo Grêmio e em 2006 pisa em solo gaúcho, talvez sem imaginar que caminhava para imortalidade (MAKTUB). O Grêmio vivia um momento conturbado, ano de sua volta a série A do campeonato brasileiro (lugar de onde deveria sim ter saído, para se tornar além de Imortal, épico). Tcheco se tornou o meio-campo e regente da equipe. Foi fundamental na conquista do Campeonato Gaúcho daquele ano, que teve um gosto especial. No ano em que o co-irmão “nasceu”, o Grêmio foi campeão em sua casa. Ainda como peça chave,Tcheco ajuda o Grêmio a chegar a Libertadores de 2007 (que será um capítulo a parte). Em 2007 o capitãoTcheco ergue a taça do estadual novamente.

Em 2008 Tcheco volta ao futebol Árabe, para tristeza e desespero de uma nação. Mas no fundo todos sabíamos que a história do capitão e do Imortal havia apenas sido interrompida. Desta vez a passagem pela terra dos shaks foi rápida (6 meses). Queremos acreditar que o coração tricolor pesou, e assim ele retornou para casa. Hércules, continuava sua jornada enfrentando minotauros, “deuses” e “semi-deuses”. Mais uma vez conduz o tricolor gaúcho ao seu lugar: a Libertadores da América. Para nós 2009 foi um ano aquém do esperado, mas tínhamos um coração tricolor a pulsar nos gramados, havia esperança, havia raça... Lá estava o capitão! Contudo, no final de 2009 Tcheco já não era unanimidade. E para descrença da torcida, em novembro de 2009 se findava a “Era Tcheco”. Será?! Bom, isso discutiremos mais adiante. No ano de 2010, Tcheco estava no Corinthians, mas não era do Corinthians, jamais seria. Ainda em setembro de 2010 Tcheco volta ao Coritiba e permanece lá, onde pretende encerrar sua carreira ao fim do campeonato paranaense do presente ano.


Quem olha a pura e simples história pensa: Então Hércules se perdeu no caminho? A profecia estava errada? Não seria Tcheco destinado a imortalidade? Enganam-se os que se perguntam isso. Ele chegou onde poucos conseguiram, chegou ao coração da torcida do Imortal, se firmou em um patamar de difícil compreensão. É hoje mistura de mito, lenda... O idolatrado Tcheco chamado de “capitão sem títulos” pela torcida do co-irmão. O que prova o quanto o conjunto Grêmio+Tcheco+Torcida tricolor os perturbava. É difícil entender como mesmo sem ser campeão da América, sem ser campeão do mundo Hércules pode ter vencido, mas venceu.

Aline: Você sempre sonhou em ser jogador de futebol ou alguma outra profissão dividiu seu coração?

Tcheco: “Sempre sonhei ser jogador, só me via assim, mas se não fosse jogador eu gostaria de ser bombeiro”

Aline: Lá, no início de sua carreira, algum dia tu imaginastes que iria para o futebol gaúcho?

Tcheco: “Joguei um mês no Esportivo de Bento Gonçalves. Mas uma vez que joguei contra o Grêmio pelo Paraná Clube, eu me perguntava se um dia eu iria chegar num time como esse, consegui e foi lindo.”

Aline: A emoção de fazer um gol, foi a mesma em todos os times que jogastes?

Tcheco: “Não, cada gol tem uma emoção diferente. Acho engraçado quando as pessoas falam que eu comemorava os gols com cara de choro, mas esses gols eram de uma importância que não tinha tamanho, ou na Libertadores ou nos jogos importantes do brasileirão que ficamos com o vice-campeonato. E em cada gol é realmente uma emoção diferente, ainda mais num lugar que você gosta e se identifica, como era eu aí, assim como no Ittihad teve gols emocionantes e importantes, e como no Coritiba também, tudo depende da importância do jogo.”

Aline Remus, Gremista desde sempre. @alineremus
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