segunda-feira, 2 de maio de 2011

Por um 4-4-2 à Inglesa no Grêmio

 
 
Boa tarde, gremistada! ;)

Minha primeira contribuição no excelente blog Grêmio 100 mil Sócios é uma questão de ordem prática: como será possível o nosso time jogar melhor e obter a tão desejada regularidade com o plantel que nós temos em mãos?
Não, não: desta vez, não é necessário falar em política e nem tampouco pensar em jogadores que não podemos comprar ou naqueles em que deixamos de investir mesmo que fossem viáveis no início da temporada 2011.
Pra começo de conversa, defendo veementemente aquele que considero o esquema tático mais equilibrado tanto para o ataque quanto para a defesa e que proporciona a maior quantidade de variações: o 4-4-2 à inglesa, isto é, com uma linha de quatro defensores, outra linha de quatro meio-campistas e dois atacantes.
O uso do 4-4-2 à inglesa significa uma revisão de conceitos. Primeiro, precisamos nos desacostumar a pensar a disposição inicial de um time que contenha mais de um "xerife" e estabeleça a diferença entre um volante "quebrador de bola/carregador de piano" e outro mais "clássico".
Sob este esquema, nossos laterais precisam saber marcar, ser velozes e também ser exímios cruzadores. Como custa caro e não é muito fácil encontrar um em cada lado, se pelo menos um dos laterais for mais completo e o outro for mais marcador e ficar mais porém com um bom passe, já seria suficiente. Essa visão pressupõe que o perfil de "ala" não serve: afinal de contas, o ala joga mais adiantado, quase no meio-campo, e apoia muito mais do que marca. Ora, se o nosso maior problema é evitar o mano-a-mano nos contra-ataques, não é com três zagueiros plantados e nem com laterais que pouco voltam que o problema será solucionado.
No meio, se os quatro homens partem de uma posição em linha, então não há mais um winger ou ponta-de-lança, como é o papel do Douglas no (a meu ver) equivocado esquema preferencial de Renato, que é o meio disposto em losango, com um volante mais fixo que não existe em nosso plantel, dois volantes que não deveriam ser volantes mas, sim, meias limitados (Adilson e Rochemback) e esse homem mais próximo dos atacantes que não possui a obrigação de marcar (Douglas).
Se o ponta-de-lança não precisa marcar, então o setor que define todos os jogos tanto para a frente como para trás fica desguarnecido, facilitando os contra-ataques para o adversário devido a essa frouxidão. E se os laterais não se postam nem defensivamente, nem para compor o meio, logo, os especialistas do meio que atuam mais fechados abrem espaço para o adversário contra-atacar pelas pontas porque não aperta a marcação adiantada e facilita que seus laterais que não são laterais e alas que não são alas levem bolas nas costas, deixando a dupla de zaga no mano-a-mano e o volante distante o suficiente para não conseguir correr até o lado do campo para fazer a cobertura dos laterais.
Em duas linhas de quatro homens, o time inteiro marca mais adiantado, no campo do adversário, e tanto a linha defensiva quanto a linha média atuam mais próximas. Isso evita buracos entre ambas as linhas. Esses buracos - bastante visíveis no esquema do meio em losango com a linha de defesa mais recuada - são o espaço para os meias e volantes adversários lançarem os laterais, os atacantes ou, simplesmente, arriscarem o drible e a conclusão de média e longa distância.
Dessa forma, eu escalaria o Grêmio da seguinte forma: Victor; Mário Fernandes, Vilson, Rodolfo e Neuton; Pessali, Rochemback, Adilson e Lúcio; Douglas (sim, no ataque, para dar dribles curtos e esticadas e abrir espaço dentro da área) e Leandro.

@heliopaz



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