O que faz uma pessoa que chegou ao fundo do poço? As resposta lógica para alguém que não pretende se matar, é: "dou um jeito de subir de volta". Mas no caso do Grêmio, infelizmente não é assim. O Grêmio, quando chega ao fundo do poço, cava mais um pouco. Afunda ainda mais.
Eu não gosto do Celso Roth. Quem me acompanhar no Twitter sabe bem disso. Mas sou obrigada a admitir que para o momento atual talvez ele seja a melhor solução. Ora, mas vejam que não é por méritos dele. A direção do Grêmio colocou o clube na situação de precisar do Celso Roth. Ou seja, o fundo do poço, depois de cavar um pouco mais.
Todos lembramos que houve dança das cadeiras nas eleições do Grêmio em 2010. Saiu o grupo do Duda Kroeff, entrou o grupo do Paulo Odone. Renato Portaluppi era técnico da gestão anterior. Não contava com o apoio da direção atual e ficou no clube por pressão da torcida. Mas Renato ficou isolado. Houve inclusive especulações que davam conta de que ele e o departamento de futebol não se falavam. Renato se viu isolado e sem apoio e acabou deixando o clube que ama, muito emocionado e talvez decepcionado com o que viu.
Só que a transição não foi planejada. Parecia que o único plano era rifar o Renato. Veio Julinho Camargo, um bom técnico para categorias de base ou times sem medalhões. Veio para um Grêmio cheio de vícios e com um vestiário pesado. Julinho tentou fazer seu trabalho, mas parece que foi engolido pelos douglas, gabriéis e lúcios da vida. Não teve o comando de que o Grêmio precisava. E após apenas uma vitória em 6 jogos, Julinho também deixa o clube.
O que são mudanças constantes de treinador senão planejamento deficiente? O departamento de futebol precisa de uma visão, uma crença. Precisa ter o perfil do técnico e dos jogadores na cabeça e a partir disso montar o time. É de cima para baixo, e não o contrário.
Quer falta de planejamento maior que chamar Celso Roth? Não é preciso ser um grande entendedor do esporte bretão para saber que ele é treinador de tiro curto. Tem prazo de validade. Vem para tirar o Grêmio da série B em 2011 e não para buscar títulos em 2012. Aliás, se os amigos gremistas bem lembram, em 2003 escapamos por pouco para em 2004 cavarmos o poço com retroescavadeira.
É isso que queremos para o nosso Grêmio? Ficarmos ano após ano fugindo do rebaixamento e comemorando vagas para competições continentais? Vale a reflexão e o planejamento. Como torcedora aceito ficar um tempo na penumbra dos títulos, planejando, montando, desde que seja para quicar pra fora do poço depois. Porque de cavar eu já estou cheia.
@anniefim Annie Fim