segunda-feira, 23 de julho de 2012

A aposentadoria de um ídolo


Para começar bem, falando da despedida discreta do nosso querido Tcheco, vamos começar com as palavras dele para a nossa torcida:

Aline: Poderias deixar uma mensagem para a torcida tricolor que tanto te admira e tem um carinho único por ti?

Tcheco: Que foi um prazer enorme defender essas cores lindas. Nada é por acaso quando nós fazemos as coisas por amor, e que a torcida nunca perca a sua essência, que é a coisa mais linda.

Há um momento na vida de todos em que os limites começam a ficarem mais difíceis de serem superados. Onde a cabeça já não consegue superar as dores físicas, e sabemos que a hora de parar chegou. A maioria imagina esse final de um jeito dramático e cheio de pompa. Mas aqueles que sabem que fizeram seu melhor valorizaram seu trabalho e todos aqueles que o rodeavam não precisam de nada disso. Eles sabem que o “adeus” será doloroso e não precisam de mais provas de que valeu a pena. Para mim existem dois tipos de vencedores: os que empilham taças, medalhas, condecorações... E os que passam muitas vezes discretos, silenciosos, mas cativam corações, trabalham duro e tem seu valor reconhecido. Muitas vezes não com títulos e medalhas, mas com o carinho dos que conhecem seu trabalho. Tcheco ganhou títulos, medalhas em clubes pelos quais passou, mas no Grêmio ele foi o segundo tipo de vencedor. Ele empilhou, mas não taças e sim corações. Milhares de corações tricolores que se renderam ao homem que jogava com raça, que acreditava até o fim, e que chorou por mais de uma vez com uma nação.

Muitos criticam elegermos como ídolos jogadores de futebol pela sua profissão. E sabem meus caros, eu concordo. Um jogador de futebol não pode ser ídolo só ter feito um gol na final, ou no mata-mata. Isso é critério seletivo, ídolo mesmo tem que fazer a diferença no social. Tem que ter amor ao próximo e fazer a diferença fora do gramado. Por isso que eu tenho muito orgulho de poder dizer que um dos meus ídolos é Anderson Simas Luciano, ou carinhosamente: Tcheco. Que acima de tudo soube ser humilde, atender as pessoas que o valorizavam e muitas vezes estender a mão até a quem o criticava.

Não gosto de despedidas longas, ou chorosas. Gosto mesmo é de objetividade, dinamismo. Por isso quero apenas dizer, em nome de milhares de gremistas: “Até sempre capitão”, nós agradecemos por nos lembrar como é ter sangue tricolor dentro de campo. De nos fazer acreditar que com vontade, tudo é possível. E que acreditar sempre e trabalhar para o sucesso é mais que clichê. Nós te esperamos de braços e corações abertos na tua casa: o Olímpico Monumental, e no futuro próximo na nossa Arena, onde é lugar de lutadores de verdade.
Encerro usando uma frase de Antoine de Saint-Exupéry: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” Jamais percas o “jeito Tcheco de ser”, afinal mais importante do que ser um grande ídolo é ser um grande ser humano. Boa sorte na nova jornada, estamos torcendo por você!
PARTE FINAL DA ENTREVISTA:

Sobre o encerramento da carreira como jogador profissional de futebol, Tcheco fala ao Grêmio 100 mil sócios. Gostaríamos de expressar publicamente nosso agradecimento por nos conceder a entrevista, e voltando a ressaltar que fez isso com muita gentileza, educação e presteza. Não poderíamos esperar nada menos que uma grande pessoa como Tcheco.

Aline: Está sendo anunciada sua aposentadoria pela mídia. A torcida gremista gostaria de saber se está prevista alguma despedida com a camisa do Grêmio, antes da demolição do Olímpico?

Tcheco: Infelizmente não vou fazer nenhuma festa de despedida, nem no Grêmio, nem no Coritiba, o calendário está muito cheio, mas seria um sonho.

Aline: Qual o principal motivo da aposentadoria?

Tcheco: Acabei anunciando minha aposentadoria, porque realmente as dores do corpo estão vencendo meu limite prá suportar as dores.

Aline: Tcheco, já pensou em poder jogar a partida de inauguração da Arena? Se pudesses escolher entre o jogo de despedida no Olímpico e a estreia da Arena, qual seria?

Tcheco: Bom a de inauguração não, mas já me imaginei se estivesse no Grêmio, como seria, e certamente se tivesse um jogo de despedida eu preferia fazer no Olímpico. Mas  tenho certeza que o Olímpico vai deixar muitas saudades, e muitos assim como eu vão se comover quando o Olímpico vier abaixo, ainda esse ano vou em algum jogo no 2 semestre, só pra me despedir do Olímpico.

Aline: A pergunta que não quer calar: Qual é seu time do coração?

Tcheco: Meu filho sempre pergunta isso, e não vou titubear não, eu criei um vinculo muito grande com o Grêmio, uma afinidade sem tamanho, mas tenho meu carinho pelo Coritiba também.

Aline: Depois da aposentadoria, você frequentaria os jogos no Olímpico e/ou Arena?

Tcheco: Se eu frequentaria não, eu vou com certeza nos jogos importantes, jogos bons, certamente irei.

Aline: Se por ventura, nosso co-irmão o convidasse para algum cargo na comissão técnica, você aceitaria?

Tcheco: Não, por respeito a torcida do Grêmio e a torcida do Inter, pelo meu gremismo.

Aline: Você voltaria ao Grêmio para integrar a direção ou comissão técnica?

Tcheco: Hoje em dia eu penso em me preparar pra assumir um cargo importante no futebol, o Coritiba me fez um convite e eu estou pensando ainda como será, mas lógico que voltar pro Grêmio e qualquer circunstância seria maravilhoso, mas prefiro me preparar.

Aline: Se você pudesse voltar atrás na sua carreira, teria feito algo diferente?

Tcheco: Não, a única coisa que eu pediria a DEUS, era ir mais cedo pro Grêmio, já disse isso uma vez.

@alineremus Aline Remus gremista desde sempre.

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