quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A história do Grêmio da Libertadores da América

Time do Grêmio 1982

Grêmio e Libertadores da América é um tema que combina por si só. Sendo o terceiro time brasileiro que mais disputou essa competição. No total essa é a 13ª Libertadores do Imortal Tricolor, considerado um dos clubes mais tradicionais nessa competição.  A primeira participação foi em 1982 eliminado ainda na primeira fase. Porém o Grêmio de Hugo de León e Renato Portaluppi volta com força total em 1983 e bate o poderoso Peñarol. Aliás, outra curiosidade é que o Grêmio nunca foi eliminado em uma Libertadores por um time uruguaio. Será que isso contribui também nessa minha paixão pelo futebol Cisplatino?! Bom isso é outra história. Em 1984 o então campeão Grêmio disputa novamente a Libertadores e é vice-campeão perdendo, para o maior campeão da Libertadores de todos os tempo: Independiente. Algoz em 84, amigo em 2010. A década de ouro do Grêmio termina com o Grêmio disputando a LA de 1990 eliminado ainda na primeira fase da competição.
Capitão Hugo de León (1983)
O Imortal Tricolor enfrenta um jejum que para nós é quase interminável e volta a disputar uma LA em 1995, e essa eu tive o enorme prazer de assistir. Sendo consagrados os heróis de minha infância, com exceção de meu pai: Danrlei, Paulo Nunes, Carlos Miguel, Jardel e Felipão ao invés de Superman ou Mulher Maravilha. Sempre preferi os heróis de verdade. O jogo mais emocionante pra mim sem dúvidas foi o jogo de volta no Palestra Itália com o gol milagroso de Jardel no comecinho do jogo, e a partir daí só deu Palmeiras, mas o 5x1 imposto pelo time de São Paulo não foi suficiente para tirar a equipe de Felipão da Libertadores e os impedir de fazer história. Claro não menos emocionante que os jogos da final contra o Nacional, mas por motivos pessoais o fato do time gaúcho ganhar do time paulista foi de extrema importância pra mim, principalmente sendo criança e morando fora do RS. Foram tempos difíceis, mas uma nova década de ouro do Grêmio me salvou.
O Grêmio, como campeão, disputa a LA96, e chega as semifinais eliminado pelo vice-campeão, o América de Cali. Gosto amargo de que se podia ter ido mais longe.
O Tricolor gaúcho não quer saber de jejum novamente e vai em busca da LA97 e aparece o carrasco brasileiro do Grêmio em minha opinião: Cruzeiro, o campeão nesse ano, elimina o Tricolor nas quartas de final.

Mas a busca pelo Tri continua e na LA98 o Imortal Tricolor está novamente presente, é obsessão, mas é eliminado pelo posterior campeão Vasco da Gama mais uma vez nas quartas de final. Seguem-se então anos difíceis ao Imortal, afinal quem somos nós longe de nossa amada LA? Voltamos a tentar a tarefa de libertar a América em 2002 como campeão da Copa do Brasil de 2001(aliás que título saboroso essa Copa do Brasil sobre o Corinthians!). O que não contávamos é que o campeão daquele ano o Olímpia nos eliminaria na semifinal e mais uma vez o sonho foi adiado, pelos pênaltis.
Mas 2003 o Grêmio disputa a LA, eliminado pelo Independiente de Medellín, que não foi campeão e sim o Boca Juniors que viria a ser algoz na mais dolorida perda de LA, em minha opinião. Sim o Grêmio só voltaria a disputar a Libertadores em 2007. O bravo Grêmio do capitão Tcheco, de Lúcio, Lucas Leivas, Sandro Goiano e Carlos Eduardo comandado por Mano Menezes era visivelmente mais fraco que seus adversários tecnicamente, um misto de garotos e homens mais experientes, mas que em tudo lembrava o Grêmio de 1995, fraco individualmente e forte no coletivo e um grande técnico no banco, mais uma vez. Essa equipe fez o possível e impossível para ser campeão nessa edição. Em jogos disputadíssimos o Grêmio fez valer o motivo de ser considerado Imortal, e um dos jogos mais saborosos? Eliminar o “poderoso” São Paulo, que foi considerado favorito em absoluto pela imprensa paulista e dava como suficiente o 1x0 no Morumbi para tirar o Imortal Tricolor da Libertadores, mas o final dessa partida? A memória que tenho guardada é a bola sobrando na área de Rogério Ceni, picando para Tcheco bater e fazer o gol que soltou o grito preso na nossa garganta e o veredicto final veio com Diego Souza. Não menos emocionante que os pênaltis contra o Defensor. E é claro a semifinal polêmica contra o Santos e Pelé é claro. O grande herói sem dúvidas foi Tcheco por marcar gols decisivos nos três jogos mata-mata. Os quais acertei todos os resultados, exatamente, só errei um resultado: A final.
 
A dolorosa final contra o Boca Juniors, em que apostamos todas as nossas fichas que Tcheco faria o gol que nos faria respirar novamente, mas isso não aconteceu. A velocidade de Lúcio, audácia de Carlos Eduardo e Lucas e a raça de Tcheco não foram suficiente contra o Boca Juniors de Riquelme.
 Sem dúvidas foi o maior espetáculo já dado por uma torcida para um time que PERDEU a competição mais importante para o clube. Foi puro delírio gremista aplaudindo, os atletas visivelmente abatidos e que choravam ao sair de campo, vendo que o sonho do tri havia escapado ainda em La Bombonera e que a pressão de um Olímpico completamente lotado por uma torcida que acreditava, inacreditavelmente, nos 4x0 sobre o segundo maior campeão da Libertadores. Confesso que tremo ao ouvir o nome da equipe argentina. Senti repulsa pela “catimba” deles nos jogos e que tenho terror em pensar em enfrentá-los novamente. Por não confiar no Grêmio? Não, por achar que os Deuses do futebol foram injustos, em especial nesse caso.
Após esse episódio, e a imprensa ter tripudiado com piadinhas sobre o Imortal Tricolor, só se fez aumentar nossa “gana” por esse título. Em 2009 o Grêmio vai em busca do Tri com uma equipe experiente, que fez a melhor campanha da Libertadores até ser eliminado pelo Cruzeiro, em um jogo tumultuado e repleto de oportunismo do clube e da imprensa anti-Grêmio. Fato o qual impressiona, a raiva da imprensa do resto do país com o Grêmio. Mas sem mais delongas, o nosso carrasco novamente nas quarta de final foi o Cruzeiro, cheio de “marra” e se contando campeão, o que não aconteceu pelo contrário, o Estudiantes fez 2 gols no Mineirão, e eu senti a alma lavada, em partes.
A classificação para a LA11 do Grêmio foi no grande estilo Imortal. Depois de uma reação assombrosa com a chegada do jogador considerado como um dos mais importantes se não o mais importante da história do Grêmio como técnico. O questionado Renato Portaluppi(sim para nós é Portaluppi e não gaúcho) considerado jogador indisciplinado, pega o Grêmio em apuros, caindo para a segunda divisão. Mas parece que no estádio Olímpico voltou junto com Renato a alma do Imortal. E o Grêmio do primeiro turno do brasileirão em nada se parecia com o time que assustou os demais brasileiros com a melhor campanha do segundo turno. Parecendo imbatível, o Grêmio volta a ser a máquina tricolor e Renato prova que assim como foi um grande jogador pode ser um grande técnico. Mas a Conmebol não estava de acordo em dar 7 vagas na Libertadores a times brasileiros, limitando então para os 3 primeiros colocados do Brasileirão, o campeão da Libertadores e da Copa do Brasil de 2010 e uma vaga, caso o rebaixado Goiás vencesse o Independiente na final da Sulamericana. Depois de muita luta a quarta vaga do Brasileirão voltaria, caso o Goiás não fosse campeão. O Grêmio fez o que tinha que fazer e goleou nos últimos jogos do campeonato nacional. A batalha final dependia do algoz de outrora: Independiente que perdeu para o Goiás por 2x0 a primeira partida. Parecia longe essa vaga para o Grêmio, mas não se esqueça: É o Grêmio! E a nosso favor o maior campeão da Libertadores de todos os tempos. E o impossível aconteceu, de azul, entrou em campo o Independiente e com o placar de 3x1 no estádio Libertadores da América leva a decisão para os pênaltis e bate o Goiás, dando a vaga merecida ao Grêmio na Libertadores.
No próximo post: O primeiro passo em busca do Tri em 2011
Aline Remus, tricolor desde sempre!

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